fez-se noite no meio da tarde e eu tomei banho na rua

Voltava de uma reunião hoje e quando me dei conta o céu estava cinza, quase negro e não era poluição. Apertei o passo, faltavam poucas quadras e o vento era mais forte que o normal. Ignorei, por teimosia, e logo começaram os pingos, pingos grossos que faziam parte de uma tempestade. Procurei abrigo e aguardei um pouco, quando melhorou prossegui. Quando faltava menos de cem metros, parece de propósito eis que veio o banho. A distância era pequena mas o suficiente para me ensopar. Não me incomodo com o frio, não me incomodo com o vento, mas chuva eu não gosto. Essa foi a primeira desde que me mudei e sei que outras virão.

Frio já é comigo mesmo. No começo da semana, dava dez graus na Paulista, pouco depois das 18h e eu vibrava. Caminhava alegre como num dia de verão. Esfriou muito durante as madrugadas, mas nada que um moleton e alguns cobertores ou edredon não resolvesse. Assim, a cada dia frio eu fico feliz.

E assim foi a sexta em que fez-se noite no meio da tarde e eu tomei banho na rua.