Saturday, January 06, 2007

Jungle Juice

A GARÇONETE que me atende no Jungle Juice é bem simpática. Antes mesmo de eu olhar o cardápio, ela já se mostra disposta a começar uma conversa. “Você é de São Paulo?”, ela pergunta. “Sim”, respondo e antes que eu a aborde sobre o motivo da questão, ela completa “Vi sua bolsa da Lucent Technologies. Trabalhava num restaurante no Villa-Lobos e sempre tinha funcionários de lá”. Eu faço um comentário qualquer e ela arremata, “Vim pra cá faz uns três meses, queria uma vida mais tranqüila”. É incrível a quantidade de pessoas que desejam isso, reflito, quando sou interrompido dos meus pensamentos. “Ah, você gosta de Lost! Eu também”, ela diz, olhando para minha camiseta branca com o logo da Dharma. Conversamos mais algumas amenidades. Eu estou sozinho e é agradável, ela me faz algumas sugestões do cardápio e embora eu acabe escolhendo meu Smoothie, um Hawaii (Suco de laranja, morango, amoras, framboesa, banana e sorvete de abacaxi), eu cedo na escolha do sanduíche e não me arrependo. Estou acabando meu sanduba quando vejo quatro lésbicas numa mesa a minha direita. É fácil perceber, embora duas delas eu jamais fosse capaz de dizer, mas das quatro meninas da mesa, duas seguem o padrão de serem meninos. Se vestem e agem como meninos, o que é bizarro. Lembram a filha de Gretchen. O que me faz pensar, assim como algumas amigas lésbicas também, o que leva alguma menina a querer um garoto. Se elas querem um garoto, por que não usar o real? Vai entender? Mas então, nesse momento, cai a ficha. Não que eu entenda, mas eu coloco em uma determinada perspectiva. Isso é o equivalente delas aos homens que procuram travestis.

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